Ciúmes entre cães. Como agir?
O “ciúme” não é algo exclusivo do ser humano. Os cães também o podem manifestar entre si, por possessividade e proteção excessiva em relação ao espaço, à comida, aos brinquedos e, sobretudo, ao tutor que partilham.
Tomás Magalhães
VeterinárioSaiba o que o seu cão deveria estar a comer...
Experimente sem compromisso
Como sei se o meu cão é “ciumento”?
Se tem mais do que um cão em casa é provável que já tenha assistido a uma ou mais manifestações deste tipo. Um cão “ciumento” tende a disputar a sua atenção e a ter comportamentos de agressividade, rosnando e/ou tentando morder, quando está consigo e outro cão se tenta aproximar. O mesmo pode acontecer com os brinquedos e com a comida.
Como lidar com esta situação?
Uma vez que, frequentemente, estas manifestações comportamentais promovem conflito entre os cães, há vários cuidados que devem ser tomados para o evitar:
- Estabelecer os limites de cada um e a hierarquia da casa (de forma a perceberem que o líder é o tutor e que a seguir vêm eles com iguais regras e direitos).
- Dar o alimento em locais separados, para evitar a disputa de ração.
- Ter brinquedos e camas diferentes para cada cão.
- Promover passeios ao exterior (ambiente neutro), onde se deverá procurar realizar atividades de partilha e de inclusão.
- Ignorá-los à chegada à casa, de forma a que nenhum sinta que está a receber mais atenção que o outro.
- Quando estiver a interagir com um dos cães (ex: com ele ao colo, a brincar, etc.) e o outro se aproximar, deverá premiar o primeiro, aumentando a atenção, se este se mantiver tranquilo (reforço positivo). Se pelo contrário, este reagir com agressividade à chegada do outro cão, interromper de imediato a interação.
- Evitar dispensar mais tempo com um cão em detrimento de outro. Se tiver que passar mais tempo com um deles (ex: por estar a precisar de mais cuidados), tente compensar o outro de seguida.
De notar que, apesar do tema deste artigo ser acerca dos “ciúmes entre cães”, a verdade é alguns cães têm outros animais ou mesmo pessoas como alvo destas manifestações. Um exemplo típico é o que ocorre quando uma nova pessoa é introduzida na vida diária, seja um bebé, um novo companheiro/a ou outro familiar com que passem a co-habitar. A solução é a mesma e passa por ensinar ao cão qual o seu lugar nesta nova dinâmica do quotidiano, que tem de respeitar o novo membro da família e que não irá perder a sua atenção e dedicação em detrimento dessa pessoa.
Tomás Magalhães
Médico Veterinário