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Tártaro em cães sénior: Como tratar?

Após a alimentação, forma-se uma substância que designamos de “placa bacteriana” nos dentes, que em 24 horas começa a endurecer com os sais presentes na saliva. Ao longo do tempo, a placa continua a acumular e a endurecer, levando ao aparecimento do tártaro. O tártaro é poroso e duro e pode-se desenvolver acima e abaixo da linha gengival. Leia neste artigo como tratar e previnir esta doença 🙂

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Em que pode prejudicar o aparecimento do tártaro?

O tártaro é o meio ideal para que ocorra crescimento bacteriano. As bactérias podem causar inflamação (gengivite), que por sua vez progride para doença periodontal – que causa mais inflamação, dor e que termina quase sempre na perda de dentes, por “apodrecimento” da raiz.

Além disso, as bactérias presentes a nível do tártaro podem ser absorvidas para a corrente sanguínea depositando-se em vários órgãos, sendo os principais alvos – o rim e o coração, podendo no caso do coração, causar endocardites infecciosas – muito graves para a saúde do seu patudo!

Como pode tratar?

O tártaro para ser removido completamente tem de ser através de destartarização. É um procedimento médico que tem de ser realizado com anestesia geral.

Muitas vezes isso demove os tutores a realizarem a destartarização, mas é o método mais seguro. Com a anestesia geral, é colocado um tubo endotraqueal que garante a respiração dos cães, e previne a entrada da água (que é usada para remoção e limpeza do tártaro) para a traqueia e pulmões. Claro que em cães séniores há um risco anestésico acrescido. No entanto, a idade não é impeditiva! Desde que seja o seu cão seja avaliado corretamente antes de se realizar este procedimento. Para isso devem ser realizados os seguintes exames:

  • Exame clínico realizado pelo seu Médico Veterinário
  • Análises pré-cirúrgicas, para correta avaliação da funcionalidade orgânica
  • ECG / Ecocardiografia, caso o seu patudo tenha problemas cardíacos.

Como pode prevenir?

Depois do tártaro ser removido, a prevenção realizada em casa é fundamental para evitar a formação de placa bacteriana e consequentemente, a formação de tártaro. Há quatro prevenções fundamentais:

  • Dieta – é importante procurar uma ração seca de elevada qualidade, personalizada para o seu cão. O tamanho do grão e a sua constituição devem ser adaptados ao porte da raça. Por exemplo, animais de grande porte devem comer ração para raças grandes. Também existem rações específicas para problemas dentários
  • Escovagem de dentes diária– infelizmente, nem todos os cães toleram que se mexa nas suas bocas. No entanto, há pastas enzimáticas (como a Orozyme) que não precisam de escovagem mas têm no entanto, de ser usadas todos os dias também. As pastas de dentes têm de ser apropriadas para os animais, pois as de pessoas contêm substâncias que prejudicam a saúde do seu patudo.
  • Biscoitos / Brinquedos que ajudam a prevenir o tártaro por ação mecânica
  • Destartarizações frequentes, idealmente, anuais, para prevenir o dano irreversível que ocorre com o tártaro a nível das gengivas (retração gengival) e perda de dentes.

Com uma prevenção ativa, conseguimos ter num cão sénior, uma boca saudável!

Ana Pinto

Médica Veterinária de Animais de Companhia

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