Sarna sarcótica em cães. O que há a saber?
A sarna sarcótica é uma infeção parasitária em cães, provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei, sendo altamente pruriginosa e contagiosa. Conheça-a aqui.
Filipa Calejo
VeterináriaSaiba o que o seu cão deveria estar a comer...
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O que é a sarna sarcótica?
A sarna sarcótica é uma infeção parasitária provocada pelo ácaro Sarcoptes scabiei var. canis, que penetra as camadas exteriores da pele, conduzindo a uma dermatite intensa com bastante comichão (prurido).
Como se transmite?
Esta doença é altamente contagiosa, até para os humanos e pode afetar qualquer cão, independentemente da idade, sexo ou estação do ano.
É frequente em cães que vivem na rua ou num ambiente pouco higiénico e transmite-se por contato direto entre eles. O parasita habita durante toda a sua vida no cão, no entanto quando este se coça poderá cair no meio ambiente – no qual consegue sobreviver durante 3 semanas em condições de temperatura e humidade favoráveis, sendo também um meio de contágio.
Nos animais imunodeprimidos, como cachorros, os sintomas podem ser mais severos.
É contagiosa para as pessoas?
Sim, é uma zoonose. Isto significa que pode ser transmitida às pessoas. Em caso de suspeita de sarna deverá ter cuidados especiais para impedir o seu contágio, como o uso de luvas descartáveis e lavagem frequente das mãos.
Quais os sintomas da sarna sarcótica?
Quando infestados por este ácaro os cães apresentam a seguinte sintomatologia:
- Prurido intenso (comichão)
- Alopécia – perda de pêlo
- Eritema (vermelhidão) generalizado
- Pústulas, crostas e escoriações
- Diminuição da condição corporal
- Depressão/prostração
Geralmente afeta a zona das orelhas, dos olhos, pescoço, cotovelos e/ou calcanhares e abdómen (barriga). Em situações mais severas pode provocar lesões em todo o corpo do animal.
Como é realizado o diagnóstico?
O Médico Veterinário suspeita de sarna sarcótica pela história clínica e lesões encontradas no exame dermatológico.
O diagnóstico é confirmado pela observação e identificação no microscópio do ácaro, através de raspagens de pele – recomenda-se a realização de raspagens em diferentes locais, de modo a garantir uma maior chance de identificação.
Poderá ainda ser confirmada a doença através de um teste sanguíneo específico.
Tem tratamento?
Sim, com bom prognóstico. O mesmo deverá ser realizado no animal afetado e nos seus co-habitantes.
A terapia tem por base o uso de um acaricida. Pode ser administrado sistémico ou topicamente (banhos), sendo que o período de tratamento varia de acordo com o grau de infestação, normalmente tem uma duração de 3-4 semanas. Poderá ser necessário medicação para ajudar no controlo do prurido e de possíveis infeções secundárias.
Deve também ser dada uma boa alimentação ao patudo, preferencialmente uma ração premium para cães de salmão. Este peixe é rico em ácidos gordos e outros nutrientes que ajudam a fortalecer a barreira natural da pele, e consequentemente a sua recuperação.
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O meu cão tem sarna e já está em tratamento. Devo ter cuidados especiais?
Sim! Deve evitar o contato do animal infetado com outros cães.
Sendo uma zoonose, também deverá ter cuidados especiais, nomeadamente o uso de luvas e higienização frequente das mãos, após contacto com o seu patudo.
Deverá ainda realizar um limpeza e desinfeção em casa, especialmente onde o seu cão costuma estar, como camas, sofá, mantas, tapetes, etc. Não esquecer a higienização de material estético como pentes e escovas.
Filipa Calejo
Médica Veterinária de Animais de Companhia