Sarna demodécica: o que é e qual o tratamento?
A sarna demodécica é um problema dermatológico que é transmitido da mãe para os cachorros. Saiba mais sobre esta doença aqui.
Patrícia Azevedo
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A sarna demodécica é uma doença parasitária que afeta a pele. É provocada por um ácaro que se encontra naturalmente a pele dos cães saudáveis- Demodex canis.
Quais os tipos de sarna demodécica?
Existem 2 formas diferentes de sarna demodécica: a forma localizada e a forma generalizada.
A forma generalizada afeta várias zonas do corpo, incluindo as patas e o focinho.
Enquanto que, a localizada, como o próprio nome indica, afeta apenas uma zona do corpo.
A sarna demodécica, pode também ser classificada segundo a idade.
Dependendo da idade em que o animal manifesta os primeiros sinais clínicos, é designada como juvenil (aparece entre os 3 e os 8 meses) ou adulta (aparece posteriormente).
A transmissão entre animais ocorre?
O Demodex canis é transmitido da mãe para o cachorro por contacto direto nos primeiros dias de vida.
Por volta das 16 semanas os cachorros começam a demonstrar sinais da doença, com o aparecimento de lesões de pele incialmente na zona do focinho – sarna demodécica juvenil.
O aparecimento de sarna demodécica generalizada no adulto deve-se à imunossupressão provocada por patologias como o hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo, leishmaniose e neoplasias (entre outros), bem como por terapia prolongada com corticosteróides.
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É transmissível aos humanos?
Não. Ao contrário da sarna sarcótica, a sarna demodécica não transmissível nem ao homem nem a outras espécies.
A única forma de transmissão é enquanto são cachorros, da mãe para os bebés.
Cães adultos podem manifestar a doença mais tarde, em alturas de imunossupressão, no entanto, o momento do contágio foi enquanto cachorro.
Como suspeitar de sarna demodécica?
Os sinais clínicos mais caraterísticos deste problema são alopécia (falta de pelo), eritema (pele vermelha) e descamação em diferentes zonas do corpo.
Na forma localizada, as lesões não costumam causar prurido (comichão), mas na forma generalizada muitas vezes há prurido associado ao aparecimento de pápulas, pústulas e crostas.
As lesões com alopécia podem apresentar hiperpigmentação na zona onde há falha de pelo (pele escurecida).
Como é feito o diagnóstico?
Se a suspeita de sarna demodécica for grande, mas não se encontrar o parasita, está recomendada a biópsia de pele das lesões.
Qual o tratamento?
O tratamento médico consiste na administração de medicações acaricidas e tratamento das lesões secundárias.
Como a recidiva ocorre com frequência, o tratamento deve manter-se até presença de 2 tricogramas negativos consecutivos intercalados de pelo menos 1 mês.
O tratamento recentemente aprovado como mais eficaz é à base de fluralaner (em forma de comprimido administrado de 3 em 3 meses – Bravecto®).
Banhos com substâncias acaricidas e a aplicação de injeções com avermectinas são tratamentos clássicos cada vez menos utilizados por serem mais trabalhosos e agressivos.
As pipetas à base de moxidectina (Advocat®) têm uma eficácia relativa. Contudo, devem ser aplicadas semanalmente.
As fêmeas não castradas devem ser castradas, uma vez que a sintomatologia se acentua durante o cio.
A alimentação também é muito importante para que os cachorros tenham um sistema imunitário mais forte e eficaz.
Uma vez que, a sarna demodécica se manifesta em sistemas imunitários débeis, deve apostar num alimento de boa qualidade para o seu patudo. Experimente personalizar a ração para o seu cão aqui.
Qual o prognóstico?
A sarna demodécica localizada normalmente, melhora em algumas semanas.
No cão adulto, a sarna demodécica generalizada requer tratamento acaricida e tratamento concorrente da causa predisponente, causadora de imunossupressão.
A sarna demodécica juvenil generalizada pode recidivar mesmo após tratamento e melhoria clínica.
Este tipo apresenta um componente hereditário, e como tal deve evitar-se que cães diagnosticados sejam utilizados para reprodução.
Patrícia Azevedp
Médica Veterinária