Lúpus eritematoso sistémico e discóide: em que consistem?
O lúpus eritematoso sistémico e o discóide são doenças auto-imunes – as células de defesa do organismo “atacam” os seus próprios tecidos. Leia mais.
Filipa Calejo
VeterináriaSaiba o que o seu cão deveria estar a comer...
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O lúpus eritematoso sistémico e o discóide são ambos doenças auto-imunes. Isto significa que, as células de defesa do organismo, não o reconhecem, acabando por desenvolver “reações de ataque” a determinadas células, tecidos e órgãos próprios.
Qual a sua causa? Como se desenvolve a doença?
A sua causa é desconhecida, acredita-se que haja uma predisposição genética em associação a fatores de risco como a exposição a um estímulo (fatores ambientais, fármacos ou agente infecioso) provocando uma reação inflamatória exacerbada.
Lúpus eritematoso sistémico (LES):
Doença de carácter multi-sistémico, afeta nomeadamente os rins, articulações, pele e vasos sanguíneos. As raças como o Pastor Alemão, Collie, Beagle e Poodle estão mais predispostas a esta doença. É mais comum em animais de meia idade e não tem uma predisposição sexual.
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Quais os sintomas mais comuns?
Como é uma doença que afeta vários órgãos, pode apresentar diversos sintomas:
- Inflamação das articulações
- Claudicação (coxear/mancar)
- Anemia
- Alterações dermatológicas
- Trombocitopenia (diminuição das plaquetas)
- Hemorragias
- Insuficiência renal
- Úlceras orais (aftas)
- Febre
Pode ter uma manifestação lenta e prolongada ou episódios agudos.
Como é realizado o diagnóstico?
Não é um diagnóstico fácil, são necessários vários exames para o seu Médico Veterinário confirmar a suspeita de LES, como:
- Hemograma e bioquímicas
- Punção articular – cultura e análise do líquido sinovial
- Biópsia/raspagem de pele
- Ecografia
- Urianálise (análise à urina)
- Ecocardiografia
- Pesquisa de anticorpos anti-nucleares (ANA)
Tem tratamento?
É uma doença sem cura, de tratamento contínuo. Os corticoesteróides são a base do tratamento, sendo inicialmente recomendado uma dose alta e progressivamente um desmame ao longo de semanas ou meses.
Deverá estar atento a possíveis complicações associadas aos efeitos secundários da medicação como infeções secundárias, úlceras gastrointestinais, entre outros.
É uma doença grave? Qual o prognóstico?
Sim, com prognóstico de reservado a mau.
A sua severidade, assim como prognóstico, variam de acordo com a resposta do animal ao tratamento. Alguns animais vivem anos sem complicações, apenas requerem ajuste na medição ao longo do tempo. Contudo, outros animais infelizmente não respondem à medicação, podendo nesse caso ser fatal.
A anemia e a insuficiência renal são duas complicações graves e potencialmente fatais do LES.
O lúpus eritematoso discóide:
O Lupus eritematoso discóide ou cutâneo é considerado uma variante do LES, na qual há um envolvimento predominante do plano nasal, face e orelhas. As raças como o Pastor Alemão, Collie, Husky Siberiano e Chow-Chow estão mais predispostas a esta doença.
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Quais os sintomas mais comuns?
Numa primeira fase verifica-se despigmentação nasal e dos lábios, que evolui para erosões e ulcerações, podendo também ocorrer nos membros distais e genitália.
Como é realizado o diagnóstico?
Com recurso a biópsia e histopatologia das lesões.
Qual o tratamento?
Terapia local e sistémica com corticoesteróides. É desaconselhado a exposição solar direta, e recomendado o uso protetor solar.
É uma doença grave?
Não ameaça a vida do animal, mas pode causar desfiguração.
Filipa Calejo
Médica Veterinária de Animais de Companhia