Cão paraplégico: Quais os cuidados que devemos ter?
Ter um animal de estimação com paraplegia é um desafio emocional e económico. A vida dos nosso patudos pode mudar para sempre com um diagnóstico destes, mas com carinho, dedicação e alguma ajuda médica e tecnológica, a qualidade de vida é atingível! Saiba mais sobre os cuidados exigidos por um animal paraplégico.
Helena Ferreira
VeterináriaSaiba o que o seu cão deveria estar a comer...
Experimente sem compromisso
Paraplegia corresponde a uma paralisia completa dos membros posteriores e, geralmente, também da parte inferior do tronco. Significa imobilidade e/ou insensibilidade completa nos membros posteriores, ou seja, das patinhas traseiras.
Pode ser causada por várias patologias neurológicas e/ou traumáticas. Doença do disco intervertebral (hérnias discais), traumas com afeção de medula óssea ou doenças infectocontagiosas são algumas das possíveis causas.
A incapacidade de mexer ambas as patinhas traseiras, pode estar associada a incontinência urinária ou fecal, ou em casos mais graves, incapacidade total em urinar ou defecar espontaneamente.
Assim, é uma condição que, se diagnosticada como permanente, requer alguns cuidados:
Mobilidade: Cadeirinhas de rodas e arneses, muitas vezes projetadas e concretizadas pelos próprios tutores são, hoje em dia, amplamente usadas e permitem que os patudos se movam, brinquem e até corram! Todavia, os tutores devem sempre procurar um veterinário especialista em reabilitação para avaliar a postura correta (coluna vertebral , membros etc.) do animal para que não ocorram novas lesões ao usar o equipamento. Mesmo uma vez adaptado, deve haver limitações à sua utilização, e o animal não deve passar mais de 4 horas na cadeira.
Higiene: Como não possuem autonomia para fazer as suas necessidades, muitos destes animais usam fraldas que devem ser trocadas regularmente. A pele e o pelo devem ser limpos e secos após cada troca de fralda, para evitar assaduras e dermatites. Se o animal não conseguir urinar por si só, existe necessidade de realizar compressão manual da bexiga para garantir que urinam com a devida frequência.
Fisioterapia: A inutilização da musculatura das pernas conduz, inevitavelmente à sua atrofia. A fisioterapia ajuda a manter as articulações e músculos das zonas afetadas minimamente funcionais e permitem fortalecer outros músculos acessórios. A longo prazo, podem-se restabelecer alguns movimentos importantes com este processo de reabilitação.
Em suma, com todos os cuidados e adaptações, e um acompanhamento médico e reabilitativo adequado, o animal pode ter uma vida relativamente normal, com qualidade de vida, saudável e feliz ?
Helena Ferreira
Médica veterinária de Animais de companhia