AVC em cães: saiba mais sobre este tema
Os AVC (acidentes vasculares cerebrais) também podem afetar os cães, embora pouco frequentemente. Saiba mais sobre o assunto aqui.
Ana Matias
VeterináriaSaiba o que o seu cão deveria estar a comer...
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O que é um AVC?
Um AVC é um acidente vascular cerebral, que ocorre quando existe interrupção do fluxo sanguíneo para determinadas áreas do cérebro.
Existem dois tipos de AVC:
- Isquémico ou embólico: quando a sua causa é um coágulo que obstrui o fluxo sanguíneo, provocando necrose (morte) isquémica da área afetada.
- Hemorrágico: quando é provocado pela rutura de um vaso sanguíneo dentro do crânio. Também pode ocorrer isquémia (fluxo sanguíneo inadequado) devido à pressão exercida no tecido afetado.
As zonas do cérebro que são afetadas, possuem capacidade de regenerar onde a isquémia tenha sido parcial, pelo que o animal consegue recuperar praticamente a funcionalidade total dessa zona, dependendo da gravidade e extensão da lesão.
Que fatores podem contribuir para um AVC nos cães?
Os AVC’s podem ser desencadeados como consequência de:
- Infeção por Angiostrongylus vasorum
- Trombos de Dirofilaria ou migração de parasitas
- Endocardite
- Tumor primário ou metastático
- Doença de Von Willebrand (doença hereditária do fator de Von Willebrand que provoca disfunção plaquetária)
- Trombocitopenia (redução do número de plaquetas)
Quais os sinais clínicos de AVC nos cães?
Os sinais clínicos associados a AVC nos cães relacionam-se com o sistema neurológico e incluem:
- Convulsões
- Défices posturais
- Hemiparesia (paralisia de um lado do corpo)
- Hemitetraparalisia
- Hipertermia (aumento da temperatura corporal)
- Disfunção vestibular
- Tremores da cabeça
- Nistagmus (movimento rápido e involuntário dos olhos)
- Embolias gordas
- Coágulos
- Picos de pressão arterial, situação mais comum em cães séniores
Como é feito o diagnóstico?
Após avaliação completa do estado geral do patudo, pelo Médico Veterinário habitual, existe necessidade de recorrer a exames complementares de diagnóstico avançados como TAC (tomografia axial computarizada) ou RM (ressonância magnética) para diagnóstico definitivo. Após confirmação de AVC, é importante realizar análises sanguíneas, urianálise, Rx, ecocardiografia e/ou ecografia abdominal com o intuito de perceber qual a causa primária implicada no processo.
Qual o tratamento?
O prognóstico de AVC nos cães é relativamente bom, já que a maioria dos casos com diagnóstico e intervenção clínica precoces, recupera sem sequelas. Contudo, dado a gravidade da situação, deve trabalhar-se na sua prevenção com exercício físico regular, cuidados Médico-Veterinários regulares e boa alimentação privilegiando sempre uma ração premium para cães.
O tratamento passa por terapia de suporte e controlo da causa que despoletou o AVC.
Ana Matias
Médica Veterinária