Angioedema em cães
O angioedema em cães é um inchaço edematoso que compromete a derme profunda e os tecidos subcutâneos.
Helena Ferreira
VeterináriaSaiba o que o seu cão deveria estar a comer...
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O angioedema é uma reação na pele (derme profunda e tecidos subcutâneos) e nas mucosas, incluindo as dos tratos respiratório e gastrointestinal. Implica um aumento da permeabilidade vascular e o extravasamento do líquido intravascular. É geralmente uma reação aguda causada por exposição a alergénios , alimentos, picadas entre outros.
O aspeto dos tecidos altera-se, chegando a ocorrer deformações acentuadas. Ou seja, a zona fica inchada. É comum a imagem de patudos com a cara edemaciada após serem picados por abelhas, por exemplo.
O Angioedema resulta da desgranulação de mastócitos e basófilos (células inflamatórias) mediante diversos estímulos. A desgranulação destas células liberta substâncias vasoativas e inflamatórias nos tecidos envolventes, provocando os sinais clínicos observados.
Estes sinais são agudos, quer isto dizer que se manifestam logo após o estímulo responsável e até 30 min depois do mesmo.
Se o Angioedema envolver os tecidos circundantes à laringe, pode surgir dispneia, ou dificuldade respiratória, e em casos graves conduzir à asfixia.
As reações anafiláticas que envolvem o trato gastrointestinal são acompanhadas de vómito e diarreia. Pode ainda ocorrer choque anafilático, que é a reação de hipersensibilidade de maior gravidade, podendo levar à morte.
Os animais em choque apresentam-se em colapso, com mucosas pálidas, pulsos débeis, taquicardia e extremidades frias. Estes pacientes têm um risco acrescido do desenvolvimento de coagulação intravascular disseminada (CID).
Dado o risco de desenvolvimento de asfixia, choque e CID qualquer animal que surja com uma reação de angioedema deve ficar sob vigilância médica pelo menos durante 24 horas, de forma a garantir o desaparecimento dos sinais e o controlo da reação. O tratamento deverá estar direcionado para a diminuição desta reação exuberante. Pode incluir fluidoterapia e a administração de fármacos como glucocorticoides, adrenalina e anti-histamínicos. Caso se conheça, ou se suspeite da natureza do alergénio que motivou a reação, outros tratamentos podem ser necessários.
Por isso se desconfiar que o seu patudo está a sofrer deste tipo de reação, não hesite e leve-o de imediato para o centro de atendimento médico-veterinário mais próximo.
Helena Ferreira
Médica Veterinária de Animais de Companhia